Ela o fitava como se houvesse entre eles uma necessidade quase antiga de atenuar os polos isolados. Fitava inclusive uma parte de si – isso ela sabia – como se num feitio tentasse recuperá-la, sem deveras almejar de aquilo sobrevir. Ficava a espreita, quase escorregadia em sua incompletude ora incômoda de se saber subjugada a ele.
Sua tendência à suscetibilidade lhe causava quase um mau jeito de viver, mas gostava de se saber estrangeira. Calejada, preferia dissimular, inocente de sua própria transparência e desordem. Inocente que seus instantes habitassem em seus infinitos.
Velando por seus anseios em silêncio e com uma licença poética que porventura a faz transbordar, continua a fitá-lo – porque de uma forma ou de outra, desaprendera a desviar o olhar.
7 agosto, 2012 at 12:57 am
Sensível com as mãos que escrevem… me deixa de olhos marejados.